Frevo da Arara
CD Bicho Brasileiro (1997)
Saulo Sabino
CD Bicho Brasileiro (1997)
Saulo Sabino
A arara é um Arco-íris
Rara cor azul-anil
Ara os ventos com seu verde-folha
Acende as matas
Com seu vermelho-febril
A arara bem que poderia
Ser o símbolo do Brasil
Cor de ouro
Cor de mel
E cor de cobre
Nobre aquarela
Sobre uma tela-pátria das cores mil
Arara vem
Arara vai
Arara tem
Todo o direito de voar
Arara vem
Arara vai
Arara tem
Todo o direito de viver
Xote do Tamanduá
CD Bicho Brasileiro (1997)
Saulo Sabino
Saulo Sabino
Oi, tamanduá
me dá um abraço
não, não, pode deixar
pensei melhor
deixa pra lá
se tu me abraça
nunca mais quer me soltar
Tamanduá já vai certeiro
sabe o endereço
onde tem um formigueiro
e as formigas, desesperadas
olhando o bicho
correm desnorteadas
"lá vem bicho-papão
língua comprida e um bico-chupão"
Tatá-Bandeira, Tatá-Mirim
tanto faz: todos dois comem cupim
dão um abraço no cupinzeiro
e um fazendeiro
vendo os dois falou assim, feliz:
Oi, tamanduá
me dá um abraço
não, não, pode deixar
pensei melhor
deixa pra lá
se tu me abraça
nunca mais quer me soltar
Toada da Onça
CD Bicho Brasileiro (1997)
Saulo Sabino
Saulo Sabino
Menina, eu vim correndo
Menina, eu vim te contar
na beira daquela estrada
tem uma pintada rondando lá
Tem a boca desse tamanho assim
a Onça até tem bigodes
o rabo feito um chicote
e os olhos verdes chamando por mim
Menina, se tu ouvir
Menina, se eu te digo
a Onça miando no mato
tamanha perigo
medo de fato
a Onça, rainha do mato
sou eu candidato
o primeiro a fugir
Axé da Ema
CD Bicho Brasileiro (1997)
Saulo Sabino
Que bicho tem?
Que bicho tem?
Muito pescoço pouco canto
Tem muita pena mas não voa
Faz o seu ninho não nos galhos
Mas na flor do chão?
Me diga
Me diga
Ave veloz e corredeira
Ave veloz, ave campeira
Ave veloz, e brasileira
Não é o avestruz
No seu nome tem o “e”
No seu nome tem o “a”
No meio do nome tem
A letra “m” pra ligar
Vire a palavra “ame”
Veja o que vai dar
Se você não entender, me chame
Eu volto a cantar
O Elefante
CD Pequeninos e Gigantes (2007)
Saulo Sabino
O Elefante é um gigante que merece uma canção
Pois olhe bem, o que ele tem que mereça uma atenção?
O elefante é um gigante diferente,
sua tromba assusta agente
Com tamanha agilidade
Pega cana, pega palha, pega água,
pega tudo com a maior facilidade
Elefantes são gigantes destemidos,
tem dois dentes bem compridos
Conhecidos como presas de marfim
Eu fico olhando, logo vou imaginando
Quanto fio, quanta pasta pra escovar um dente assim
Mas não é só isso, não. Tem ainda um orelhão
Minhas mãe não acredita, o meu pai disse que não
Mas se a orelhona ele agita é bem capaz dele sair do chão
Do elefante dizem ter boa memória,
qual será sua história
O que diria, o que teria pra contar?
Virá da África, virá da Ásia,
ou será que nasceu neste lugar?
Dos elefantes o maior, incrivelmente,
tem na orelha um continente
Desenhado como forma de lembrar:
Eu sou da África, venho da África,
muito além do além-mar
Mas não é só isso, não.
Faz ainda um barulhão
Meu pai tava de costas,
minha mãe tão distraída
Ma a galera toda se agitou
Gostou do som
Que o elefante tirou
Maria Angu
CD Pequeninos e Gigantes (2007)
Saulo Sabino
Saulo Sabino
Maria-Angu
Era uma mulher gigante
Que atravessou num instante
O estado de São Paulo
E chegando lá deu uma pernada
E foi parar no Paraná
Em Minas Gerais atravessou demais
Seu caminho de montanhas
Mas para parar no Pará
Tem muito para andar
Maria-Angu
Era uma mulher gigante
Que atravessou num estante
O estado de São Paulo
Andou o dia inteiro,
Foi no Rio de Janeiro
Que se viu no litoral
Disse nada mal
Praia, mar e sal
Era tudo o que eu queria
E se firmar o calor
Vou subir pra Salvador,
No estado da Bahia
Olinda, cidade linda
Ó alegria sem igual
Quero ficar por aqui
Num cordão de carnaval
